O número de testamentos registrados em cartórios de notas aumentou 41,7% no país no primeiro semestre de 2021, comparado com igual período do ano passado. Foram 17.538 documentos lavrados de janeiro a junho deste ano, contra 12.374 no mesmo período de 2020.
Os estados em que a procura mais cresceu foram Amazonas, com 107%; Mato Grosso, com 75%; e Goiás, com 72%. Em números absolutos, o primeiro lugar ficou com São Paulo, que passou de 3.933 testamentos no primeiro semestre de 2020 para 5.335 em igual período de 2021.
Em relação a dez anos atrás (janeiro a junho de 2011), o aumento no estado de São Paulo alcançou 94,21%. Desde janeiro de 2010, dezembro de 2020 foi o mês com o maior número de testamentos feitos em todo o país e também no estado de São Paulo.
Os 645 municípios paulistas somaram 1.296 documentos lavrados naquele mês. Em todo o Brasil, foram 3.781.
“São pessoas que anteciparam a vontade de fazer um testamento, estimuladas pelo medo generalizado causado pela onda de mortes provocadas pelo coronavírus”, explica Giselle Oliveira de Barros, tabeliã há 12 anos e presidente do Colégio Notarial do Brasil (CNB) – Conselho Federal. A entidade reúne os quase 10 mil cartórios de notas de todo o país. Segundo a presidente do CNB, mais brasileiros têm se interessado em fazer um testamento nos últimos anos, e a pandemia serviu como mola propulsora.
“O fato de a pessoa estar ótima hoje e, em duas semanas, vir a falecer fez muita gente buscar os cartórios, até mesmo quando já estava isolada após o diagnóstico positivo ou internada”, conta Barros.
Para a tabeliã, é uma mudança de comportamento que traz reflexos positivos, já que evita litígios entre os herdeiros e a sobrecarga do Judiciário. Tabelados por lei, os valores de um testamento variam de estado para estado. No caso de São Paulo, o custo é de R$ 1.863,70.
Fonte: Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal
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