Planejamento sucessório para famílias com filhos menores ou pessoas interditadas: como proteger seu patrimônio e dependentes
- Ricardo De Carli

- 1 de out.
- 3 min de leitura
O planejamento sucessório para famílias com filhos menores ou pessoas interditadas garante segurança financeira, proteção patrimonial e evita disputas judiciais.

Famílias que possuem filhos menores ou pessoas interditadas enfrentam desafios ainda maiores quando se trata de sucessão. Essas pessoas dependem diretamente da renda do provedor e da boa organização do patrimônio para manter sua subsistência e continuidade dos estudos ou tratamentos médicos.
Sem um planejamento sucessório adequado, os bens ficam travados em inventário, que pode ser longo e custoso, dificultando o acesso a recursos essenciais e comprometendo a estabilidade familiar.
Por que o planejamento sucessório para famílias com filhos menores ou pessoas interditadas
A ausência de planejamento pode gerar sérias consequências, como disputas judiciais entre herdeiros, falta de liquidez imediata para custear despesas urgentes e atrasos significativos na conclusão do inventário.
Em famílias que dependem diretamente da renda do falecido ou do interditado, isso pode colocar em risco a própria sobrevivência e qualidade de vida dos dependentes, sobretudo os filhos menores ou outros dependentes. É nesse contexto que a importância do planejamento patrimonial e sucessório se torna ainda mais evidente, garantindo previsibilidade, segurança e proteção contra litígios.
Instrumentos jurídicos para proteger menores e interditados
Testamento como forma de nomear tutor e organizar a sucessão
O testamento é uma ferramenta essencial para famílias com filhos menores, dependentes ou pessoas interditadas, pois permite nomear previamente um tutor responsável e definir quem administrará os bens herdados, ou ainda como se dará a administração. Dessa forma, evita-se insegurança quanto à guarda e à administração patrimonial.
Para aprofundar esse tema, veja nosso conteúdo sobre testamento como instrumento de planejamento sucessório.
Doação em vida com cláusulas restritivas
Outro recurso bastante utilizado é a doação em vida de imóvel, que permite ao doador transferir bens ainda em vida, garantindo, ao mesmo tempo, o usufruto. É possível incluir cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade, incomunicabilidade, reversão e outras, a fim de proteger o patrimônio de riscos externos e de má administração.
Seguro de vida para garantir liquidez imediata
O seguro de vida no planejamento sucessório é um dos instrumentos mais eficazes para famílias com menores incapazes ou interditados, pois o valor é liberado em até 30 dias, sem necessidade de inventário e pode ser destinado a custear educação, saúde e despesas diárias dos dependentes.
Além disso, os recursos são impenhoráveis e não sofrem incidência de ITCMD, garantindo liquidez imediata e segurança.
Previdência privada como complemento de renda
Por fim, a previdência privada no planejamento sucessório também desempenha papel importante. Diferente do seguro de vida, que tem caráter indenizatório, a previdência acumula reservas que podem se transformar em renda para os beneficiários, que poderão ser exclusivamente o menor ou o interditado. Outra vantagem é a liberdade de indicar beneficiários sem seguir necessariamente a ordem hereditária.
Dentro desse contexto, os planos PGBL e VGBL oferecem alternativas distintas, sendo o VGBL frequentemente utilizado em estratégias de sucessão pela sua simplicidade e regime de tributação favorável.
Riscos da falta de planejamento em casos de menores e interditados
Sem um planejamento sucessório adequado, famílias podem enfrentar inventários longos e caros, comprometendo o bem-estar daqueles que não possuem discernimento, seja pela idade, ou por causa transitória ou definitiva, para administrar a herança e os bens que receberá.
Nesse cenário, há risco concreto de dilapidação do patrimônio e de bloqueio de recursos que deveriam custear despesas urgentes, como escola, tratamentos médicos urgentes e manutenção da casa.
Esses riscos podem ser mitigados também com instrumentos como a holding familiar e o planejamento patrimonial para grandes fortunas, que asseguram organização, liquidez e preservação do legado.
A importância da análise caso a caso
Cada família possui uma realidade específica, envolvendo composição patrimonial, regime de bens, grau de dependência dos herdeiros e necessidades especiais. Por isso, não existe solução única, motivo pelo qual o planejamento deve ser feito de forma personalizada, considerando variáveis jurídicas e patrimoniais.
Contar com um advogado especializado em direito de família, sucessões e empresarial é essencial para construir uma estratégia sólida e eficiente. Em alguns casos, inclusive, pode ser necessário avaliar a alteração de regime de bens para planejamento, a fim de alinhar melhor os objetivos da família.
O planejamento sucessório para famílias com filhos menores ou pessoas interditadas não é apenas uma questão jurídica, mas uma medida de proteção e cuidado com o futuro dos dependentes. Mais do que organizar bens, ele garante tranquilidade, liquidez e preservação da dignidade dos que mais precisam.

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